Hoje a Yeobo celebra o seu primeiro mês de actividade, desde a sua criação em Março. Resolvemos escrever este artigo para todos vós, num tom mais sério, é um pouco diferente da nossa corrente normal.
Leiam com atenção. Não aconselhável a pessoas sensíveis!
A floresta de Aokigahara é um sítio solitário para morrer.
A vegetação é tão densa na base do Monte Fuji, no Japão - que não há nada mais fácil do que simplesmente desaparecer entre as plantas e nunca mais ser visto. A cada ano, as autoridades removem mais de 100 cadavers pendurados no sitio mais comum para suicídios do Japao - mas outros podem ficar escondidos durante anos.
O motivo pelo qual tantas pessoas escolhem Aokigahara para terminarem as suas vidas continua a ser um mistério, mas já houve sugestões de os primeiros suicídios terem sido inspirados por um romance passado lá. Azusa Hayano estudou e tomou conta da floresta durante mais de 30 anos. Nem ele é capaz de fazer sentido da moda.
Uma vez que faz parte da natureza do seu trabalho, tem frequentemente a sinistra tarefa de descobrir vítimas de suicídio ou de intervir quando ainda não é tarde demais para outros. Estima que só por si, se tenha deparado com mais de 100 cadáveres em cerca de 20 anos. O geologista levou uma equipa de reportagem consigo até ao sitio conhecido como 'Jukai', - o mar de árvores - para partilhar o que tinha aprendido.
Apesar de Hayano não ser capaz de explicar exactamente o porquê de haverem tantos suicídios em Aokigahara, os seus anos de expêriencia deram-lhe uma compreensão do comportamento desesperado que leva as pessoas a embrenharem-se na floresta de onde nunca mais vão regressar.
Neste documentário macabro, ele conta aos realizadores como 'pistas' deixadas após a morte das vítimas pode dar indicação do que passou pela cabeça da pessoa momentos antes de se suicidar - ou, como às vezes é o caso, mudar de ideias e decidir viver.
O seu interesse na morte e no desespero parecem originar de fascinação mórbida, mas ao longo do documentário, é fácil de entender pela maneira suave e pensativa como o geologista fala, que quer realmente entender e prevenir estas tragédias. Apesar da reportagem conter imagens perturbadoras de corpos ainda pendurados nas árvores, o que é ainda mais perturbador são os pertences que deixam para trás - muitas vezes sinais de miséria e indecisão.
Fonte: dailymail.co.uk
Apesar de Hayano não ser capaz de explicar exactamente o porquê de haverem tantos suicídios em Aokigahara, os seus anos de expêriencia deram-lhe uma compreensão do comportamento desesperado que leva as pessoas a embrenharem-se na floresta de onde nunca mais vão regressar.
Neste documentário macabro, ele conta aos realizadores como 'pistas' deixadas após a morte das vítimas pode dar indicação do que passou pela cabeça da pessoa momentos antes de se suicidar - ou, como às vezes é o caso, mudar de ideias e decidir viver.
O seu interesse na morte e no desespero parecem originar de fascinação mórbida, mas ao longo do documentário, é fácil de entender pela maneira suave e pensativa como o geologista fala, que quer realmente entender e prevenir estas tragédias. Apesar da reportagem conter imagens perturbadoras de corpos ainda pendurados nas árvores, o que é ainda mais perturbador são os pertences que deixam para trás - muitas vezes sinais de miséria e indecisão.
'Maldicao': Hayano encontra uma boneca pregada a uma árvore, que ele diz ser
uma expressão de ódio para com a sociedade. Na imagem também e visível
a fita-cola que as pessoas usam para conseguirem voltar no caso de mudarem de ideias.
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A reportagem começa com um carro abandonado na orla da floresta, com um mapa de estradas aberto no banco da frente. Azusa Hayano diz para a câmara que já lá está há meses. "Presumo que o dono do carro entrou por aqui e nunca mais voltou. Parece-me que entrou na floresta com pensamentos preocupantes."
Uma vez dentro da floresta, a equipa passa por um sinal que tenta racionalizar com os possíveis suicidas para pensarem de novo. Está posicionado estrategicamente num caminho público, mesmo antes deste se tornar num emaranhado de árvores e mais árvores - a partir daqui, muitas pessoas nunca mais voltam.
Mesmo por cima dos contactos para a Sociedade de Prevenção de Suicídio, o sinal diz: "A sua vida é um presente precioso dado pelos seus pais. Pense por favor nos seus pais, irmãos e filhos. Não guarde tudo para si. Fale acerca dos seus problemas."
Apesar de haver um alarmante número de pessoas que ignora por completo o aviso e segue em frente, já houve casos em que o sinal causou o sentimento necessário para as pessoas desistirem e voltarem para casa. Quando não têm certeza se o que querem mesmo é morrer, muitos deixam fita-cola para tras, quase como um rasto de migalhas que depois seguem para sair da floresta.
"Na maior parte dos casos, se seguires a fita-cola, encontras qualquer coisa no final." disse Hayano a equipa de reportagem. "Ou um cadáver, ou sinais de que esteve aqui alguém."
"Está tudo bem? "Hayano fala com um homem que suspeita ser suicida,
após encontrar a sua tenda no meio da floresta.
"Não me procurem." - Azusa aponta para uma nota
de suicídio pregada a uma árvore
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No final do mesmo trilho, Hayano encontra um acampamento improvisado com pano, e tendas vazias - provas, diz ele, de hesitação. Apesar de não encontrar nenhum corpo, uma boneca pregada noutra árvore é a única coisa que resta de um episódio de desespero. "Suspensa de cabeça para baixo, com a cara desfeita, certamente não é uma brincadeira - diz Hayano - mas sim uma maldição. Esta pessoa deve ter sido completamente torturada pela sociedade."
Outros achados macabros incluem uma nota de suicídio amargurada, um 'manual' de suicídio e inúmeras cordas usadas para os enforcamentos. Mais à frente, encontram uma tenta amarela com um jovem que diz estar a acampar. Mas Hayano, que contou a equipa que já persuadiu um homem a não tirar a própria vida, reconhece um suicida quando o vê.
Depois de uma troca de palavras amistosa e que possivelmente salvará a vida daquele homem, Hayano diz: "Leve o seu tempo a pensar. Seja positivo."
O sinal que encoraja as pessoas a pensarem nas suas famílias.
Descoberto um homem enforcado entre as árvores onde cerca de
100 cadáveres são descobertos todos os anos
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No entanto, um último achado confirma que simplesmente não se podem salvar certas pessoas. A descoberta de um corpo humano, ainda com as roupas, e completamente intacto, dá um fim medonho à reportagem. Apesar da sua familiaridade com a morte, o geologista parece abalado. O seu trabalho deu-lhe uma perspectiva única acerca de pessoas que tiram as suas próprias vidas.
Para ele, o suicídio no Japão tem mudado com o decorrer dos anos. Enquanto que outrora era um acto ritual (harakiri) maioritariamente realizado por samurais que desejavam preservar a sua honra - hoje não passa da marca de um estigma social. De uma amostra do que o mundo moderno faz ao ser humano.
Azusa diz: "Acho impossível morrer heroicamente quando se comete suicídio." Acredita que este número de suicídios que não param de aumentar, é um sintoma do estilo de vida solitário e cada vez mais impessoal que nasceu da Internet.
Acrescenta: "Agora podemos viver as nossas vidas online. Mas a verdade é que ainda precisamos de ver a cara uns dos outros, ler as suas expressões, ouvir as suas vozes de maneira a compreender as suas emoções na totalidade - e coexistir."
Caros leitores, lembrem-se sempre, nunca optem pelo caminho mais fácil. Díficil é permanecer cá, e enfrentar os nossos problemas. No entanto, não temos que o fazer sozinhos. Sempre que tiverem pensamentos perigosos, lembrem-se das pessoas que gostam de vocês, e do sofrimento que lhes trariam se desistissem de viver.
Podem ver o documentário na integra em baixo, com legendas em Inglês.
3 comments:
muito bom post. parabéns tanto pelo post como pelo aniversário.
Parabéns
pelo aniversário pelo bom trabalho e pelo post
Muito obrigada! Continuem a seguir-nos.
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